segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coimbra

Jodhi Segall

Não mais ao largo a nau entrava
O Tejo de Ribeira d'Oeste
A Guanabara de galés e galeões submersos
Ou os recessos de outras baías

Aquela doce estrela matutina
Do além mar tão distante
Este oceano dentro de cada palavra
Pensar agir quiçá sofrer

Como quem lavra termos esquecidos
Ou navega simplesmente
Rir seu riso mais feliz sem se importar
Do fato ou ato circunscrito

Coimbra desponta na aurora
Após Amarante ou Trás dos Montes
Pouco importa o geográfico
Ao Porto e seus históricos marcos

Os versos ultrapassam seus mitos
Os poetas transcendem seus versos
O medo só existe naquele que perfeito morre
O amor é a imperfeição de toda incompletude

A nau entrava ao cais das desventuras
Fez-se a sotavento às águas derradeiras
Adernou frente ao rochedo estilhaçado
Por fim Coimbra desnudada

Ó Gibraltar, Gilbratar,
Eis-me aqui, filho de ti
desmesurado...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sophia

Jodhi Segall

Quando duas pessoas se unem no intuito de transformar uma realidade social, seja ela qual for, não só realizam o inimaginável, como, demonstram na prática que o impossível é apenas uma palavra oportuna na boca dos indiferentes.

Tântra

Entre óleos perfumados e velas aromáticas
Desnuda a alma seu perfeito
Os corpos ali desfigurados entre estrelas e nebulosas
Tocam-se na imensidão astral
As mãos sublimam cada poro
E os chacras se ordenam a cada lento respirar
Inspira
Expira
Explora, implode, explode
Guia e desventura
Cria e recria
Riso e choro
Agônia e êxtase
Morte e libertação
Renascimento