Jodhi Segall
Ribeirão Preto - SP.
Grande Circo Popular do Brasil. 1995.
Masculino este meu corpo se heterogeniza, sexualiza,
revela e muta, descarna: deságua em feminino absoluto.
Fundidos, atados, corpo e alma solidificam:
unificam, purificam, autenticam.
Masculino, este meu corpo se rebela à mera função de macho
reprodutor,
consumidor de fêmeas,
de primata.
Minha alma feminina o guia e protege e ilumina;
ousa em asas, afirma: ascende rasgada, dissecada;
exposta, nada priva.
Livre, meu masculino corpo se dilui...
Ama, entrega: integra, desintegra, marca.
Semeia e segue.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Clave de Sol
Jodhi Segall
Para Maria Solange de Souza.
Praia do Jardim Guanabara. 1983.
Ilha do Governador. Rio de Janeiro-RJ.
Epopéia.
Coxas entrelaçadas nas labaredas
do céu.
Espera na busca do delírio:
suor
melodia
e ego.
Curas.
Revela pensante o animal: amante.
Usa-me.
Para Maria Solange de Souza.
Praia do Jardim Guanabara. 1983.
Ilha do Governador. Rio de Janeiro-RJ.
Epopéia.
Coxas entrelaçadas nas labaredas
do céu.
Espera na busca do delírio:
suor
melodia
e ego.
Curas.
Revela pensante o animal: amante.
Usa-me.
Luz
Jodhi Segall
Para os Betinhos e Betinhas,
Toninhos e Toninhas de
Cyranos e La Manchas....
Uberaba Tênis Clube. Abril, 2001.
Aprender a navegar;
Não ser a fôrma,
o forno uno de uma
una forma,
Nem ter limites onde
o infinito impera!
Quero este olhar inteiro
e imperfeito e curioso
Gritando ao vento:
- Liberdade!
Para os Betinhos e Betinhas,
Toninhos e Toninhas de
Cyranos e La Manchas....
Uberaba Tênis Clube. Abril, 2001.
Aprender a navegar;
Não ser a fôrma,
o forno uno de uma
una forma,
Nem ter limites onde
o infinito impera!
Quero este olhar inteiro
e imperfeito e curioso
Gritando ao vento:
- Liberdade!
Gratidão
Jodhi Segall
Para as minhas mães, irmãs e filhas Dominicanas
e meus fraternos frades Maristas, Franciscanos e Beneditinos.
1979. Colégio Nossa Senhora das Dores. Uberaba-MG.
Deus me amou tanto que me fez poeta.
Quisera eu ser seu filho predileto:
poder multiplicar os pães de que o meu povo
tanto necessita, ter a sabedoria de Salomão
e as virtudes de Maria.
Quisera ser um Cristo e dar de graça a
salvação do mundo.
Mas não.
Pequenino como Marcelino,
guardo comigo a gratidão:
Deus me fez poeta:
Um homem comum
(pobre e feio),
como qualquer
um.
Para as minhas mães, irmãs e filhas Dominicanas
e meus fraternos frades Maristas, Franciscanos e Beneditinos.
1979. Colégio Nossa Senhora das Dores. Uberaba-MG.
Deus me amou tanto que me fez poeta.
Quisera eu ser seu filho predileto:
poder multiplicar os pães de que o meu povo
tanto necessita, ter a sabedoria de Salomão
e as virtudes de Maria.
Quisera ser um Cristo e dar de graça a
salvação do mundo.
Mas não.
Pequenino como Marcelino,
guardo comigo a gratidão:
Deus me fez poeta:
Um homem comum
(pobre e feio),
como qualquer
um.
Poeminha de amor
Jodhi Segall
Para Irene. Maestro Arturo Toscanni: 1976.
EM 19XX19 Cap de Frag Didier Barbosa Vianna
Ilha do Governador. Rio de Janeiro – RJ.
Um barco veleja
Sobre as ondas do mar
E o tempo me leva
Nele a navegar
Vento forte vento bravo
Este vem a me atrasar
Mas mais forte é o meu barco
Que navega sem parar
Navega com rumo e sentido
Sentindo as vagas do mar
Me leva tonto e perdido
Louco (louco) para te amar
Para Irene. Maestro Arturo Toscanni: 1976.
EM 19XX19 Cap de Frag Didier Barbosa Vianna
Ilha do Governador. Rio de Janeiro – RJ.
Um barco veleja
Sobre as ondas do mar
E o tempo me leva
Nele a navegar
Vento forte vento bravo
Este vem a me atrasar
Mas mais forte é o meu barco
Que navega sem parar
Navega com rumo e sentido
Sentindo as vagas do mar
Me leva tonto e perdido
Louco (louco) para te amar
Bailarina
Jodhi Segall
Para Maísa (Maria Luíza – Poetisa Bailarina – Ribeiro Pazinatto)
Janeiro de 2001. Via Embratel: Uberaba, MG-Americana, SP.
Nua bailarina dança
Corpo nuvem brilhantina
Ave azul turquesa deslizando
na abóbada dos mitos
Alma
Límpida translúcida onírica
Baila sobre linhas indecifráveis
cifradas por tolos passos de amor
Escreve com furor sem compaixão
Transmigra
Alma
Nua bailarina entrega
Desintegra
Explode em êxtase animal grutal soberano
Selvagem
Nua bailarina ri
Sorri das dores e dos calos
Despe a sapatilha
Veste a navalha
Sangra
Singra
Descarna transforma cria
Desmascara
Nua bailarina ama
Para Maísa (Maria Luíza – Poetisa Bailarina – Ribeiro Pazinatto)
Janeiro de 2001. Via Embratel: Uberaba, MG-Americana, SP.
Nua bailarina dança
Corpo nuvem brilhantina
Ave azul turquesa deslizando
na abóbada dos mitos
Alma
Límpida translúcida onírica
Baila sobre linhas indecifráveis
cifradas por tolos passos de amor
Escreve com furor sem compaixão
Transmigra
Alma
Nua bailarina entrega
Desintegra
Explode em êxtase animal grutal soberano
Selvagem
Nua bailarina ri
Sorri das dores e dos calos
Despe a sapatilha
Veste a navalha
Sangra
Singra
Descarna transforma cria
Desmascara
Nua bailarina ama
O Lobo Mau
Jodhi Segall
Para Vanessa. Verão de 1999.
Folhas de outono, 2001.
Canalha e sem vergonha
Lobo mau o desejo aguça
E o olfato ao longe apura
Esse sabor de carne tenra
Faiscantes os olhos já mastigam
Silhueta encantada e doce e meiga
Delícia delirante, fina flor na mocidade
Curvas de hormônios em profusão
Feronômios
Endorfinas
Dopaminas
Magia do amor. Mágica do prazer.
Mas Chapeuzinho Vermelho
Sedutoramente passa e, vagabundamente, esnoba:
É, lobo mau, vovozinha te espera...
Para Vanessa. Verão de 1999.
Folhas de outono, 2001.
Canalha e sem vergonha
Lobo mau o desejo aguça
E o olfato ao longe apura
Esse sabor de carne tenra
Faiscantes os olhos já mastigam
Silhueta encantada e doce e meiga
Delícia delirante, fina flor na mocidade
Curvas de hormônios em profusão
Feronômios
Endorfinas
Dopaminas
Magia do amor. Mágica do prazer.
Mas Chapeuzinho Vermelho
Sedutoramente passa e, vagabundamente, esnoba:
É, lobo mau, vovozinha te espera...
Saudosismo
Jodhi Segall
Uberaba, MG. Finados de 2000.
Folhas de outono, 2001.
Com quarenta anos, ausência dos colos,
Dos amores enternecidos, envelhecidos
Em tonéis de carvalho.
Heranças.
Cachaça! Tios, pais, avós... parentela.
A panela. A falta do fubá, do cheiro de terra, da raiz.
Dessa fonte tão longe de tão grande e tão profunda
De tão perto, o bem presente do ausente e do distante...
Só nesta fonte renovar o verbo do superar o adverso!
Só neste chão, alimentando as nuvens, saciar de fomes
Os versos temporões...
Uberaba, MG. Finados de 2000.
Folhas de outono, 2001.
Com quarenta anos, ausência dos colos,
Dos amores enternecidos, envelhecidos
Em tonéis de carvalho.
Heranças.
Cachaça! Tios, pais, avós... parentela.
A panela. A falta do fubá, do cheiro de terra, da raiz.
Dessa fonte tão longe de tão grande e tão profunda
De tão perto, o bem presente do ausente e do distante...
Só nesta fonte renovar o verbo do superar o adverso!
Só neste chão, alimentando as nuvens, saciar de fomes
Os versos temporões...
Noite das devoluções
Jodhi Segall
Para Nice. Junho de 2001.
Folhas de outono, 2001.
Devolva-me teu pranto, tua dor, meu espanto!
Devolva-me a vida;
Eis que parto sem olhar para atrás.
Meu sangue deixo nas paredes não concluídas e
Nas páginas por escrever.
As asas eu levo.
Meu cheiro,
meu rastro,
meu mundo.
Teu gosto elevo.
Este eu sou eu,
(que é só meu, não teu)
devolva-me!
Para Nice. Junho de 2001.
Folhas de outono, 2001.
Devolva-me teu pranto, tua dor, meu espanto!
Devolva-me a vida;
Eis que parto sem olhar para atrás.
Meu sangue deixo nas paredes não concluídas e
Nas páginas por escrever.
As asas eu levo.
Meu cheiro,
meu rastro,
meu mundo.
Teu gosto elevo.
Este eu sou eu,
(que é só meu, não teu)
devolva-me!
Primeiro encanto
Jodhi Segall
Paria Grande – SP. Natal de 1997.
Folhas de outono, 2001.
alternativa amar
suprir a vida tua com este
outro olhar
canto enquanto encanta e vida e tanto
tentando te entender me
no ensinando a ser
jamais nos conformarmos
do mudar os móveis de lugar
por sempre o lixo lá fora
para o mundo reciclar
alternativa amar
não confrontar memórias na voz das incertezas
alternativa amar
aespeitar o ar, o mar, o infinito
trazer pra mesa a vida
distribuir água, gás, luz, educação
tudo é afeto: retalhos das vozes que trazemos
e o eco que somos
alternativa amar
ser feliz de si em outro
como o sol,
a chuva de cada encontro
Paria Grande – SP. Natal de 1997.
Folhas de outono, 2001.
alternativa amar
suprir a vida tua com este
outro olhar
canto enquanto encanta e vida e tanto
tentando te entender me
no ensinando a ser
jamais nos conformarmos
do mudar os móveis de lugar
por sempre o lixo lá fora
para o mundo reciclar
alternativa amar
não confrontar memórias na voz das incertezas
alternativa amar
aespeitar o ar, o mar, o infinito
trazer pra mesa a vida
distribuir água, gás, luz, educação
tudo é afeto: retalhos das vozes que trazemos
e o eco que somos
alternativa amar
ser feliz de si em outro
como o sol,
a chuva de cada encontro
Albert
Jodhi Segall
As margaridas as dálias , os cravos...
As marcelas, os gerânios e os crisântemos...
As rosas os lírios e as palmas...
As orquídeas que não vemos...
Mas já me fogem minhas bocejantes borboletas.
Não sobrevivem ao fim do tempo comedido, da era, do histórico,
das distâncias... Não sobrevivem mais meus sonhos. Tudo rápido demais...
Não há saudade nem se preserva o belo das pequenas grandes coisas.
As margaridas,
as dálias,
os cravos...
as palmas...
As palmas das mãos em outras protegidas.
As margaridas as dálias , os cravos...
As marcelas, os gerânios e os crisântemos...
As rosas os lírios e as palmas...
As orquídeas que não vemos...
Mas já me fogem minhas bocejantes borboletas.
Não sobrevivem ao fim do tempo comedido, da era, do histórico,
das distâncias... Não sobrevivem mais meus sonhos. Tudo rápido demais...
Não há saudade nem se preserva o belo das pequenas grandes coisas.
As margaridas,
as dálias,
os cravos...
as palmas...
As palmas das mãos em outras protegidas.
Globalização
Jodhi Segall
Para o Prof. Antônio Carlos Chagas.
SUPAM. 1996. URA/MG
Apenas duas coisas
realmente globalizanos:
a miséria e a violẽncia.
Todo o resto é monopólio.
O mundo
cada vez mais
define-se
uma. pirâmide:
miseráveis,
pobres e
uma massa disforme,
poliforme,
indefinida,
sem vida ou
identidade.
Para o Prof. Antônio Carlos Chagas.
SUPAM. 1996. URA/MG
Apenas duas coisas
realmente globalizanos:
a miséria e a violẽncia.
Todo o resto é monopólio.
O mundo
cada vez mais
define-se
uma. pirâmide:
miseráveis,
pobres e
uma massa disforme,
poliforme,
indefinida,
sem vida ou
identidade.
O Selvagem
Jodhi Segall
Uberaba, MG. Rua Guia Lopes.
Bar da Mariana. 17.12.00 - 19:25
Folhas de outono, 2001.
Aborígine e canibal percebe o homem seu selvagem.
Destruir é fácil. Construir é caro, difícil, moroso.
Restaurar é impossível e assim transborda.
Depura ações. Apura ações.
Acrítico: a crítica, sem referencial, é nula. Ridiculariza, anula.
Invejas...
Aborígine e canibal persegue o homem seu selvagem.
Desborda e não enfrenta. Encontra-se no desencontro.
Planta desertos nas florestas.
Vertiginosamente precipita-se na escuridão.
Deguste sempre a paisagem...
Aborígine e canibal recebe o homem seu selvagem.
Dizer “foi deus quem quis" é sacanagem!
O óbvio nada transforma nem transgride.
Atitude é escalada.
Todo parco amor é sempre parvo.
Não há verdade a ser dita ou julgamento a ser feito;
Aborígine e canibal seduz o homem seu selvagem:
amor parvo é sempre parco.
Uberaba, MG. Rua Guia Lopes.
Bar da Mariana. 17.12.00 - 19:25
Folhas de outono, 2001.
Aborígine e canibal percebe o homem seu selvagem.
Destruir é fácil. Construir é caro, difícil, moroso.
Restaurar é impossível e assim transborda.
Depura ações. Apura ações.
Acrítico: a crítica, sem referencial, é nula. Ridiculariza, anula.
Invejas...
Aborígine e canibal persegue o homem seu selvagem.
Desborda e não enfrenta. Encontra-se no desencontro.
Planta desertos nas florestas.
Vertiginosamente precipita-se na escuridão.
Deguste sempre a paisagem...
Aborígine e canibal recebe o homem seu selvagem.
Dizer “foi deus quem quis" é sacanagem!
O óbvio nada transforma nem transgride.
Atitude é escalada.
Todo parco amor é sempre parvo.
Não há verdade a ser dita ou julgamento a ser feito;
Aborígine e canibal seduz o homem seu selvagem:
amor parvo é sempre parco.
Angústia
Jodhi Segall
Uberaba, MG. maio 1998.
ACCBC/HHA.
Folhas de outono, 2001.
Não mais estrada nem caminho
Sem marcas, marcos ou paradigmas
Fadiga própria dos desvalidos
Um resto do amargo,
do vazio triste das decepções
Dicotomias
Um último trago aos deserdados
Um brinde ao que não levo
Um lacônico suspiro diante as bandeiras
carcomidas e esfarrapadas pela intolerância
(Estrelas vermelhas e)
Corações de pedra:
Gatas de rua nunca mentem
Cães selvagens nunca traem
Uberaba, MG. maio 1998.
ACCBC/HHA.
Folhas de outono, 2001.
Não mais estrada nem caminho
Sem marcas, marcos ou paradigmas
Fadiga própria dos desvalidos
Um resto do amargo,
do vazio triste das decepções
Dicotomias
Um último trago aos deserdados
Um brinde ao que não levo
Um lacônico suspiro diante as bandeiras
carcomidas e esfarrapadas pela intolerância
(Estrelas vermelhas e)
Corações de pedra:
Gatas de rua nunca mentem
Cães selvagens nunca traem
Alice
Jodhi Segall
Para Bia. Pavuna. Rio de Janeiro - RJ. 1990.
Folhas de Outono, 2001.
Acorda, Alice!
A morte te chama.
Te convida pro banquete da vida.
É nela que o rebu se realiza.
Acorda, Alice!
Sai da janela, vem pro asfalto.
Vem sambar, ralar; amar.
Sai da redoma.
Vem!
Sem medo!
Para Bia. Pavuna. Rio de Janeiro - RJ. 1990.
Folhas de Outono, 2001.
Acorda, Alice!
A morte te chama.
Te convida pro banquete da vida.
É nela que o rebu se realiza.
Acorda, Alice!
Sai da janela, vem pro asfalto.
Vem sambar, ralar; amar.
Sai da redoma.
Vem!
Sem medo!
Verbo
Jodhi Segall
Para Monsenhor Juvenal Arduini.
Uberaba, MG, primavera de 1998.
Folhas de Outono, 2001.
O verbo é a essência.
O homem é o pote.
A oração é a mensagem.
O verbo, a prece.
Todas as coisas giram ao seu redor.
Sozinho, ele não é nada.
Como eu, tu e ele,
Todos dependemos do nós.
E dos nós que desatamos...
Para Monsenhor Juvenal Arduini.
Uberaba, MG, primavera de 1998.
Folhas de Outono, 2001.
O verbo é a essência.
O homem é o pote.
A oração é a mensagem.
O verbo, a prece.
Todas as coisas giram ao seu redor.
Sozinho, ele não é nada.
Como eu, tu e ele,
Todos dependemos do nós.
E dos nós que desatamos...
Pérola
Jodhi Segall
Para Henrique Leonardo Lima do Nascimento.
Uberaba, MG, dezembro de 1999.
F.lhas de Outono,2001.
Assim
como as folhas caem no outono
e as flores brindam a primavera
tua amizade
é verão em pleno inverno
luz e vida a aquecer a alma
Em pequenos e vãos momentos
em tudo me acrescentas
saudade é já antes do partes
e me transformas para a guerra
e me conduzes na partilha
Melhor me dou
na independência do senso e do sentido
que sentindo sou
Para Henrique Leonardo Lima do Nascimento.
Uberaba, MG, dezembro de 1999.
F.lhas de Outono,2001.
Assim
como as folhas caem no outono
e as flores brindam a primavera
tua amizade
é verão em pleno inverno
luz e vida a aquecer a alma
Em pequenos e vãos momentos
em tudo me acrescentas
saudade é já antes do partes
e me transformas para a guerra
e me conduzes na partilha
Melhor me dou
na independência do senso e do sentido
que sentindo sou
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