Jodhi Segall
Para Rutiléia
Uberaba, 12 de junho de
2014; 19:00h.
Eu sou a água que escorre
sobre seu corpo.
Envolvendo-te
completamente como uma manta suave e quente,
Percorro teus misteriosos
vales em profanias,
Profundas e silenciosas
melodias,
Estas que somente tu
escutas dentro mim.
Eu sou a espuma
harmoniosa que perfuma teus cabelos.
Modelo-me em bolhas de
xampu
E vou tecendo estrelas
imaginárias
Que eclodem, radiantes, sob
tua pele.
Eu sou a esponja que
esculpe tuas formas com rude leveza.
Arrancando curtos gemidos
de um prazer único,
Torno-me o tato e o
paladar de tua mão unida a minha.
Nossas bocas se unem em
um beijo firme e forte.
Nossos braços se envolvem
em desnortes e quereres.
Eu sou a toalha meiga que
como minha língua hostil, estranha,
Vai desnudando o que de
mim em ti ainda resta.
Escrevo, por fim poemas,
por entre suas coxas,
Tatuando-me em tuas ancas
como estrangeiro
entre a luz e a
escuridão.
E tudo é paz, liberdade,
vida em nós.
Um ai de amor ressoa na
imensidão.

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