Alexander Martin Wash
Brasília, DF, 03 de março de 2016.
Em pleno vapor a falácia vaga por todos os recantos da
ignorância humana. Raros são aqueles que se dispõem a buscar a verdade e citar suas
fontes com isenção de juízo de valor. Afinal, no mundo imperial, o único coletivo
possível – para além daqueles ônibus e trens lotados de carne para o holocausto
cotidiano – é o do genocídio consciente.
No entanto, tudo é tratado com tal
pessoalidade que vivemos a era das personificações. De modo global e
generalista afirma-se que a alteridade entre corruptos e corruptores nada mais
é do que a defesa inconteste do statu quo
vigente. Observe-se que a expressão latina ressalta que ante bellum.
E é este antes da guerra que nos revela a transitoriedade da vida humana,
sua impermanência. Todas as coisas relativas ao humano são deveras finitas.
Menos a sua ignorância e a inacreditável capacidade de cometer asneiras, o que
soa mais como ofensa ao asno do que crítica ao bípede depenado.
Absurdamente, vivenciamos o
contraditório no contradito e no contrafeito, ou seja, apesar de transparecer
que há esta contradição, na verdade ela é a sustentação do oposto inexistente,
pois trata-se de um mesmo ente. E, embasado
na fé cristã: nenhum reino sobrevive dividido. Logo, como a ética depende
de anseios, valores e princípios comuns, não há crise alguma entre quem quer
que seja. O que temos são
singularidades.
Neste sentido, surge o óbvio para
afirmar o senso comum e a retórica para – diplomaticamente - refutá-lo. A
dialética, uma estética romanceada da episteme, renasce das cinzas da paixão
que tanto condena. E toma-se, por fim, o engodo por verdade, e todos os
iludidos viverão felizes para sempre em sua mais completa subserviente obsolescência.
Gritam aos quatro ventos: Sic transit gloria mundi. E dizemos
amém.
