quarta-feira, 16 de março de 2016

Sic transit gloria mundi [Brasil revisitado]

Alexander Martin Wash
Brasília, DF, 03 de março de 2016.

Em pleno vapor a falácia vaga por todos os recantos da ignorância humana. Raros são aqueles que se dispõem a buscar a verdade e citar suas fontes com isenção de juízo de valor. Afinal, no mundo imperial, o único coletivo possível – para além daqueles ônibus e trens lotados de carne para o holocausto cotidiano – é o do genocídio consciente.

 No entanto, tudo é tratado com tal pessoalidade que vivemos a era das personificações. De modo global e generalista afirma-se que a alteridade entre corruptos e corruptores nada mais é do que a defesa inconteste do statu quo vigente. Observe-se que a expressão latina ressalta que ante bellum.

E é este antes da guerra que nos revela a transitoriedade da vida humana, sua impermanência. Todas as coisas relativas ao humano são deveras finitas. Menos a sua ignorância e a inacreditável capacidade de cometer asneiras, o que soa mais como ofensa ao asno do que crítica ao bípede depenado.

Absurdamente, vivenciamos o contraditório no contradito e no contrafeito, ou seja, apesar de transparecer que há esta contradição, na verdade ela é a sustentação do oposto inexistente, pois trata-se de um mesmo ente. E, embasado na fé cristã: nenhum reino sobrevive dividido. Logo, como a ética depende de anseios, valores e princípios comuns, não há crise alguma entre quem quer que seja. O que temos são singularidades.
            
Neste sentido, surge o óbvio para afirmar o senso comum e a retórica para – diplomaticamente - refutá-lo. A dialética, uma estética romanceada da episteme, renasce das cinzas da paixão que tanto condena. E toma-se, por fim, o engodo por verdade, e todos os iludidos viverão felizes para sempre em sua mais completa subserviente obsolescência.

Gritam aos quatro ventos: Sic transit gloria mundi. E dizemos amém.

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