José Dias
É um momento triste ver
morto mais um dos últimos dos moicanos.
Restam poucos lúcidos. Uns dois ou
três...
Creio que Umberto
esteja, agora, muito bem acompanhado na eternidade. Bauman representa, ainda
que agora morto, o que há de preciso na imprecisão do tempo. Nada mais
plausível e representativo de sua interpretação do mundo que o natimorto (des)governo
Trump, uma colcha de retalhos republicana estadunidense que possui muito da
sociedade líquida explicitada por Bauman.
Por aqui, Nelson
Rodrigues já afirmava que a possibilidade de todos sermos governados por
imbecis era uma lógica matemática, quantitativa, não qualitativa. Porém, no
caso Trump, não. Não. Ele não é um
idiota. Idiotas foram os norte-americanos que nele depositaram suas
expectativas. Neste sentido, atingiram um grau além da proposta de Bauman: esta
sociedade líquida tornou-se etérea? Não sei.
Mas creio que
caminhamos para isto. Já não possuímos dados confiáveis acerca do que quer que
seja. Uma verdade absoluta é criada a cada segundo, e cada qual escolhe a que melhor
lhe convier.

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