segunda-feira, 11 de agosto de 2014

50 anos (by Igor Koldhish)




Muitas são as idades de um homem. Nenhuma assegurada.
Há aqueles que jovens são profundamente velhos; e há os profundamente velhos que são mais que jovens.
Assim também os revolucionários.
Rosa dizia: ou socialismo, ou barbárie!
Ninguém existe sem conhecer-se. Pode-se no máximo ignorar-se. Omitir-se. Negar-se.
Diante da criticidade, as revoluções de outrora não podem ser consideradas sequer revoluções. No máximo, adequações. Ajustamentos de condutas econômicas construídas sobre mortes e sacrifícios infames. Inglórias.
Ao completar cinquenta anos, reconheço que aos vinte anos eu era uma pessoa melhor do que sou hoje: O tempo me tornou pior. A vida me petrificou.
Objetizado pelas controvérsias e embates, os combates me trouxeram desgastes plenos. E nenhum resultado satisfatório. Os homens são naturalmente covardes: gostam de confortos e mimos.
A coragem só existe sob a ilusão do conjunto e o bom aporte de fogos sobre o mais frágil. A regra é: sempre se tenha um bom bode expiatório. E, principalmente, que ele nunca sobreviva para se defender, ou possa ser usado contra você... Honrados são apenas os beneméritos fabricantes de armas.
As bandeiras tremulam. Mas não há mais colinas a serem tomadas. Morrer em vão não vale à pena. O desamor venceu!
Vivemos na idade média, e no quão moderna ela é.

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