José Dias
Uberaba, MG, 27 de maio de 2017
Não
há muito o que acrescentar. Discutir, talvez?
Da
conquista portuguesa à sua efetiva colonização, o Brasil já fundou-se
corrompido. E devidamente explorado. Já direcionado ao serviçal que é das
nações ditas desenvolvidas: ato de abertura dos portos de 10 de março de 1808
e, não por acaso, endividado.
Em
1822, com a suposta Independência - também paga para o seu devido reconhecimento
junto aos seus usurpadores de sempre - há de se afirmar que não havia porto
algum onde a propina não fosse a regra, fosse para quem e o que entrasse ou
saísse. A Marquesa de Santos, entre outras cortesãs de renome imperial, notória
concubina de Dom Pedro I, gerenciava o tesouro paralelo do império: exploração, propina
e contrabando nunca foram exceções, mas regras em solo brasileiro.
Da
mesma forma, data ainda do período pré-colonial, a primeira grilagem de terra
no Brasil, pois assim o foi a formação das Capitanias Hereditárias, e dos
Capitães e Coronéis e Políticos dos quais somos, em grande maioria, serviçais sociais, políticos e econômicos,
pois foram estes herdeiros - sucessores legítimos ou não - que junto com a
Maçonaria realizaram o primeiro Golpe de Estado bem sucedido em terras tupiniquins: a Fundação
da República.
Não
vou situar eventos correlatos à constituição do Estado Nacional. Nunca houve,
como não há, uma nação brasileira. Há isto! Esta coisa! Um golpe sucedendo ao
outro por um século inteiro.
E
que com o avanço das relações entre as variadas súcias e seus interesses,
desenvolveu-se pombalmente, seja no
âmbito social, político e, ridículo, econômico, voltado para fora de si,
tornando-se uma entidade patética. Não há como definir o Brasil de outra forma.
É impossível.
O
hino brasileiro, não é um hino: é uma marcha batida. Uma marcha que afirma-o
deitado em berço esplêndido. Tamanha verdade é inquestionável! Qualquer analista
econômico de boa-fé não consegue explicar um disparate como a economia
brasileira.
Muito
menos, nenhum estrangeiro irá compreender ou aceitar pacificamente a política
de curral que se perpetua através da negligência premeditada de seus gestores,
em função da classe política, formada por oligarquias bem coordenadas e
financiadas por corporações transnacionais. Isto desde a década de 1930. Ou
antes!? Não posso afirmar que haja algum patriotismo no parlamento imperial, tão
voltado para o escravagismo e para o plantations,
o agronegócio da época, e tão em voga no presente.
O
fato é que o político brasileiro nunca e em momento algum vê-se comprometido
com o voto do eleitor. O voto é um aval (vendido e comprado, corrompido ou não!),
que pode ou não ser validado segundo os interesses de cada momento.
Ou
seja, ao questionar: por que os
parlamentares estão muito interessados em massacrar os pobres, os trabalhadores
e os aposentados? A resposta é retumbante e simples: eles jamais se consideraram
eleitos pelo povo, mas, sim, pelas empresas e corporações que, legal e ilegalmente,
bancaram e bancam suas campanhas!
Não
existe almoço sem pagamento: alguém tem
que pagar a conta!
O
que há de diferente entre o século XVII e o século XXI é que há mais ladrões do
que o sistema pode comportar em termos de corrupção.
Não
quebraram o Brasil nos últimos 30 anos. São 517 anos de exploração! O Brasil
não é uma mãe gentil! É uma prostituta de quinta categoria! Viciada em álcool,
cocaína e crack, que precisa sustentar seu cafetão e traficante. Não, necessariamente,
seus filhos!
Mas
na atualidade há algo realmente moderno: as redes sociais.
Independente
da corrupção sistêmica que assola o país (empresariado, organizações da sociedade
civil, instituições religiosas, executivo, legislativo e judiciário, enfim...),
e que graças à abertura política obtida através do projeto neoliberal chamado Getúlio,
e levado a cabo com a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao poder, pois
enganam-se aqueles que consideram o Partido dos Trabalhadores um partido
socialista (não é e nunca foi! É, no máximo um populista social democrata. E
nisto ele foi e é exemplar!), o fato é que não teríamos hoje, ainda que sejamos
a latrina tecnológica do suposto primeiro mundo, a liberdade ou espaços para
discutirmos e expormos as fotos, os fatos, as mentiras e verdades do país, algo
impensável sob uma ditadura e seu regime de exceção. Sem contar com as sanções
e limitações econômicas internacionais, sob as quais vivíamos entre 1964 e
1984.
Não
que não vivamos sob um regime de exceções... Ele existe e persiste em nossos
preconceitos e nossa omissão!
Neste
sentido, embora as redes sociais tenha dado voz para milhares de idiotas, os
despertou para um novo olhar: não
olhamos mais tanto para fora.
Chegou
a hora de olharmos para dentro. Bem para dentro.

Zé, que texto acertado, irretocável! Desses que a gente tem prazer em divulgar. Obrigado. Fratern'abraço!
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