Le Brèsil ne c’est un pays sérieux
O
que podemos (des)esperar quanto ao (des)governo que se instaura (Parte I)
José
Dias
Capítulo
1: O poder da história e a civilização humana: ou socialismo, ou barbárie!
A
melancolia é a primeira fase do desalento; a desesperança, a sua última e cruel
face.
Não
obstante a todos os avisos, análises, inferências, embasamentos teóricos,
somados às práxis histórico-sociológicas, a desconstrução de 20 anos de parcos
progressos sociais na garantia de direitos civis, políticos, econômicos e
sociais do povo brasileiro ocorre em tempo recorde. Mais que isto: afirma-nos o
nosso fracasso enquanto povo, nação, soberania no passado, e o assegura no
porvir!
Nada
há de se postular além da ignorância de um povo como um todo, mas não mais do
que a subserviência irresponsável de uma elite colonial conservadora, ou seja:
escravocrata, preconceituosa, homofóbica, racista, monocromática, enfim, uma
elite hipócrita e que serve incondicionalmente a interesses outros que não
pátrios. Logo, concluí-se sê-la
profundamente ignóbil quanto a sua própria sobrevivência, na mesma proporção em
que nada mais tolo do que a extrema dependência de terceiros.
Considera-se
que a história é a salvaguarda de todo o desenvolvimento humano, uma vez que
nela repousam os aprendizados obtidos no passado, e, que somente a partir de
sua reflexão, alcançamos o desenvolvimento científico e tecnológico, que
permitem-nos a construção permanente da civilização através do domínio técnico
das ciências e sua produção de conhecimentos acumulados através das eras e
desvelados, gradativamente, no dia-a-dia da humanidade.
Há
quem distíngua as ciências humanas das demais. É um equívoco. Não há
desenvolvimento social sem a aplicação do desenvolvimento técnico em prol do
bem estar comum, nem tampouco é possível crer que o desenvolvimento técnico
tenha outro propósito que não seja a promoção de qualidade de vida para os
seres humanos. Ao menos, virtuosamente pensando, supõe-se e espera-se.
Quando
observamos a idéia de civilização, é preciso compreender que ela não está
vinculada aos conceitos de produção e consumo, embora muitos assim creiam. Mas
não. Não mesmo: civilização consiste em humanidade. Em socialização. Em
partilha. Em garantia de direitos humanos e sua universalidade: co-responsabilidade
e co-participação social, política e econômica entre os membros de uma mesma
comunidade, grupo social, tribo, clã, sociedade. Produção e consumo são
peculiaridades do ser econômico. Civilidade, um caráter humano.
Sendo
assim, ao pressupor-se - por uma ignorância humana – que o poder é submisso à
produção e acumulo de riquezas (materiais ou não!), logo, distintos no contexto
civilizatório da idéia de território enquanto não propriedade humana, ou seja,
representativo daquilo que lhe é - enquanto ser humano - fundamental à sua
existência cultural: seu idioma, sua etnia, suas crenças, sua real identidade
enquanto povo, comunidade, grupo social, tribo, clã, sociedade, criou-se a
categorização genocida entre o que nos é civilizado e o que nos é barbárie.
Neste
contexto, ao avaliar-se que a suposta felicidade humana é plena à todos aqueles
que alcançaram a prelazia de auferir um assalariamento, um ganho, uma renda de
US$7.500,00 (sete mil e quinhentos dólares) mensais, e que ganhos abaixo do que
isto, embora não traduzam-se por miséria absoluta ou pobreza, e que, no
sentindo inverso, ou seja, ganhos superiores a isso não são sinônimo de riqueza
e/ou empoderamento, mas que ambos traduzem-se por desigualdade econômica e má
distribuição de renda, é um sinal de que em pleno século XXI não há muito o que
se pensar senão na supremacia futura (e bem próxima!) da barbárie.
Não
é, portanto, e de forma alguma equivocada, a afirmação de que a barbárie é
civilizada e aceita como tal, quando os pilares da sociedade firmam-se em
fundamentos econômicos que não primam pela distribuição de renda e garantia de
direitos universais. Em ultima análise: a simbiose entre corruptos e
corruptores não é uma exclusividade de países pobres ou em desenvolvimento, mas
uma prática de subsistência das nações centrais, ávidas por povos-nações
subservientes.[...]

Arrasou! Nada como alguém com visão de mundo para nos proporcionar um texto tão reflexivo.
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