José Dias
O mundo nunca foi um lugar muito cordial, humano. Na verdade, a história humana é deprimente. Quando avaliada a questão racial, ela é tenebrosa. E aqui há de se traduzir a expansão de raça por etnia.
Há de se entender um conceito darwiniano, no qual matamo-nos uns aos outros; a antropofagia é a única coisa que, perene, remonta ao pré-histórico; enfim, devoramo-nos desde sempre.
Na modernidade de nossa infinita estupidez chegamos ao canibalismo intra-social.: pobres devorando pobres.
Os tubarões devoram-se de forma mais educada, formalizada em fatores econômicos e financeiros, através de políticas estruturais e acordos transnacionais e, ainda como outrora, alianças de conveniências. Raramente temos casos de seguranças de supermercados asfixiando alguns deles, embora muitos merecessem a crucificação em praça pública. Mas são questões de valores greco-romanos e que remontam à antiguidade.
Portanto, seria pedir demais que a civilidade greco-romana nos amparasse em algo mais que a escravatura ou a redundância bélica sobre a qual se firmam a produção e o Estado.
Nós, como todos sabemos, evoluímos, mas ainda não saímos da Idade Média.
A estupidez humana é a única coisa universal. E vasta, ela nos devasta: nos elabora de forma comum, nos consome e nos sepulta em valas mais do que comuns, cotidianas e de profundo desprezo ao bom senso.
Mais que isso: a estupidez humana evolui. Possui a inacreditável capacidade de ressuscitar os piores valores e princípios dos quais, com suprema diligência e muito sangue derramado, já deveríamos ter nos redimido. Mas não. Infelizmente, para alguns e não poucos, são exatamente estes valores e princípios abomináveis que sustentam a sociedade dita civilizada.
Não há de se admirar do porque Jesus Cristo é o único socialista ícone da direita: os Evangelhos são um prato cheio de esperanças para os estômagos vazios. E, óbvio, tornaram-se a alegria dos hipócritas e fariseus, déspotas esclarecidos da modernidade. Mas como a estupidez evolui: nós, como todos sabemos, estamos completamente imersos no Velho Testamento, aguardando a vinda de algum salvador.
Ele não virá. Lamento.
Enquanto isto, vamos nos devorando.

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