quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A benção apostólica

Jodhi Segall
Eu, ali sentado.
Lendo atentamente as partículas de uma frase.
E o que é uma frase?
Uma frase é um poema ao infinito.
É uma arquitetura.
É a alma de alguém se expressando.
Ou apenas um termo administrativo, quase robótico de um funcionário público. Mas é uma frase.
E sendo uma frase, possui em si um sopro.
Divinal ou não, pouco importa, este lufar representa o que há de maior possibilidade de comunicação, escrita ou falada, entre dois imbecis.
Existiu um imbecil que me superou em imbecilidade.
E eu, imbecil que sou, atentamente o li.
Ser um imbecil tem lá suas vantagens:
Sabemos que nada, absolutamente!, nada!, sabemos.
O que é uma prelazia.
Então, prelado supremo de minha total imbecilidade, senhor de minha total ignorância, eu vos dou a benção apostólica dos supremos imbecis:
sejam livres!

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