José Dias
Para aqueles que se
vangloriam, sob as bandeiras do combate a corrupção e por Deus e para o bem da família brasileira, há de se prever a ascensão
sine qua non da direita radical e o
cataclisma social nacional.
A política de consenso
entre a (pseudo) esquerda do Partido dos Trabalhadores e as demais correntes
político-partidárias fracassou, não por dicotomias ideológicas, mas por
consagrar vícios práticos (políticos, administrativos e jurídicos) remanescentes
das corruptas oligarquias que, seculares, governam colonialmente a nação e se
prestam ao desgoverno em função de interesses transnacionais.
O futuro próximo afirmará a
política de excessão e a instauração de um integralismo
neoliberal jamais imaginado ou verificado
ao sul do equador.
As conquistas sociais que
- entre avanços e retrocessos - consolidaram o mínimo arranjo de garantias individuais
e coletivas ao povo brasileiro, e que no governo petista deu especial atenção aos
mais pobres, ver-se-ão extintas através da precarização do trabalho,
terciarização do trabalho público e privado, achatamento salarial,
dessecuritização e privatização da seguridade social, privatização da saúde e,
fundamentalmente, sucateamento e privatização da educação, com ênfase às
instituições federais de ensino superior.
Não obstante a tal
previsibilidade, somar-se-á o silenciamento dos gritos dos excluídos com a
execração dos grupos minoritários e suas reivindicações por justiça, igualdade
e equidade.
No âmbito da
empregabilidade, emprego e renda, veremos a supressão dos direitos trabalhistas
e a desoneração integral da folha de pagamento em benefício dos empregadores,
sem contrapartida de melhoria salarial, poupança individual ou consolidação de
renda do proletariado.
Projetos de transferência
de renda e promoção da qualidade de vida serão enterrados sob os escombros de
uma democracia que jamais existiu, nem de fato, muito menos de direito.
A reforma agrária natimorta,
quimera de mil faces da política nacional, finda sob a ditadura escravocrata e
genocida dos coronéis do campo e da cidade: suas grilagens, suas lavras
ilegais, seus desmatamentos tão lucrativos, e, principalmente, suas dinastias
político-partidárias.
O acirramento das questões
agrárias eclodirá sob a bandeira sagrada da justificativa da legalidade e da
ordem institucional, levando ao extermínio centenas de famílias campesinas.
A simples hipótese de uma
reforma política, territorial e fiscal, institucional, político-partidária e
socioeconômica voltada para o bem estar social, por Deus e para o bem da família brasileira, encerra-se aqui. Tanto
quanto a renovada velha república.
Enfim, o Projeto Getúlio e
seu filho pródigo alcançaram seus objetivos.
Sic
transit gloria mundi.

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