José Dias
Até a “descoberta” das
jazidas petrolíferas profundas, a matriz
energética brasileira caminhava para um outro rumo: solar e eólica, ainda
que a hídrica mantivesse a primazia, por maior desastre que isso -
verdadeiramente – signifique!
Até aqui, corruptos e
corruptores disputavam cada metro cúbito de concreto a ser injetado e cada
hectare de área a ser devastada, pouco importando a quem ou qual dano causassem:
os filhos degredados das usinas hidrelétricas brasileiras não entram nas
estatísticas dos sem-teto ou sem-terra gerados no seio desenvolvimentista da nação.
Mas não é esta a pior das
questões.
O pior é a não geração de
energia. Investimentos e danos gigantescos para não se gerar nada. Para
resultados esdrúxulos, pífios, ridículos!
Mas, de repente, do nada,
pózinho de pirlim-pim-pim: bummm!! Pré-sal!
Ocorre que a exploração de
petróleo não é construção de hidrelétrica. Não são os mesmos custos e fatores
envolvidos. Mesurar recursos hídricos não se compatibiliza com valorar commodities: estima-se que a jazida
brasileira seja valorada em 16 trilhões de dólares.
Destruir a confiança e os
instrumentos organizacionais nacionais para a exploração do pré-sal, ou seja:
“quebrar” a Petrobrás (detentora de tecnologia de prospecção petrolífera em
águas profundas), devastar a indústria da construção civil de base e
infraestrutura nacional, entre outros mecanismos de sabotagem e desvalorização
acionária e instabilidade político-econômica, são ações que beneficiam as
empresas transnacionais interessadas na privatização da Petrobrás.
Um dos desagravos (pasmem!)
que justificam a devassa na estatal é o fato da universalização dos royalties por todas as unidades da federação
e a destinação destes para a saúde e a educação.
Há muitas dinastias
políticas municipais e estaduais muito felizes em promoverem o desenvolvimento
social brasileiro, pois não?

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