terça-feira, 26 de abril de 2016

E não é por nada que entre o rol das justificativas conspiratórias há o pré-sal


José Dias

Até a “descoberta” das jazidas petrolíferas profundas, a matriz energética brasileira caminhava para um outro rumo: solar e eólica, ainda que a hídrica mantivesse a primazia, por maior desastre que isso - verdadeiramente – signifique!

Até aqui, corruptos e corruptores disputavam cada metro cúbito de concreto a ser injetado e cada hectare de área a ser devastada, pouco importando a quem ou qual dano causassem: os filhos degredados das usinas hidrelétricas brasileiras não entram nas estatísticas dos sem-teto ou sem-terra gerados no seio desenvolvimentista da nação.

Mas não é esta a pior das questões.

O pior é a não geração de energia. Investimentos e danos gigantescos para não se gerar nada. Para resultados esdrúxulos, pífios, ridículos!

Mas, de repente, do nada, pózinho de pirlim-pim-pim: bummm!! Pré-sal!

Ocorre que a exploração de petróleo não é construção de hidrelétrica. Não são os mesmos custos e fatores envolvidos. Mesurar recursos hídricos não se compatibiliza com valorar commodities: estima-se que a jazida brasileira seja valorada em 16 trilhões de dólares.

Destruir a confiança e os instrumentos organizacionais nacionais para a exploração do pré-sal, ou seja: “quebrar” a Petrobrás (detentora de tecnologia de prospecção petrolífera em águas profundas), devastar a indústria da construção civil de base e infraestrutura nacional, entre outros mecanismos de sabotagem e desvalorização acionária e instabilidade político-econômica, são ações que beneficiam as empresas transnacionais interessadas na privatização da Petrobrás.

Um dos desagravos (pasmem!) que justificam a devassa na estatal é o fato da universalização dos royalties por todas as unidades da federação e a destinação destes para a saúde e a educação.


Há muitas dinastias políticas municipais e estaduais muito felizes em promoverem o desenvolvimento social brasileiro, pois não?

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