José
Dias
Uberaba,
MG, 13 de outubro de 2016
E chegamos
lá! Corruptos e corruptores pilham descaradamente o povo brasileiro. E afirmam
ser para o bem nacional os descalabros que, por si só, já se agigantam!
De todas as
reformas "fiscais", a política é aquela cuja urgência se faz para
além da previdência: um congresso com um “PIB” de cinco bilhões de reais é um
país alheio à realidade provinciana do desenvolvimento social, político e
econômico brasileiro.
São necessárias
mudanças estruturais.
É preciso
revisar conceitos constitucionais e reestruturar os códigos jurídicos, penais e
trabalhistas, bem como o processo legal brasileiro. Mas principalmente, cessar
as excessivas benesses, hoje, oferecidas ao funcionalismo público em seus cinco
poderes: Mídia (propaganda e
marketing), Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público. Afirma-se,
com certeza: não foram as carências do povo brasileiro que causaram a falência
nacional. Com certeza, não!
Essas sempre
foram, apesar de solucionáveis em curto, médio e longo prazos segundo a
tipologia do risco social imanente e da probidade administrativa aplicada à
pesquisa, planejamento, desenvolvimento, execução e monitoramento de
resultados, o alvo preferido dos corruptos e corruptores nacionais e
estrangeiros: o pobre povo brasileiro é um ser profundamente mal educado e indesejável,
mas necessário.
É triste
informar que o entendimento de "pobre", aqui, não é o critério
utilizado para o extinto Programa Bolsa Família - PBF, mas o de ignorante
político.
E poucos
escapam...
O resultado
está aí: no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados e, principalmente, nos
Estados e Municípios, verdadeiros feudos, currais eleitorais de famílias
seculares: quem vota em um lider de esquerda e constitui um congresso/governo
de ultradireita, deseja tudo, menos transformações... O resultado é essa
loucura ingovernável chamada República de Bananas.
De eterno,
apenas o PMDB, que não suporta ser contrariado ou ver cessadas as corruptas
rendas de sua subsistência. Fiel pai de tantas siglas (impossível crê-las
significado ou significantes de alguma ideologia política que não seja
alimentarem-se do fundo partidário e fragmentarem e esvaziarem as discussões
acerca do desenvolvimento social brasileiro), construiu e pavimentou o projeto
neoliberal (Projeto Getúlio) que agora, em 2016, mostra-se, ao contrário do
imaginado, não em sua fase terminal, mas com fôlego pueril para a sua
sustentabilidade secular.
No âmbito do
emprego, trabalho, assalariamento e/ou renda, as análises econômicas mundiais
apontam que "pobre" é aquela pessoa produtiva que ao fim do mês não
atingiu um salário/renda no entorno de U$7.500,00 (sete mil e quinhentos
dólares), ou seja: R$26.250,00 (vinte e seis mil duzentos e cinquenta
reais/mês) em câmbio médio atual.
Logo, quem
no Brasil crê-se classe média, deveria reavaliar seu ponto de vista, pois certeza
absoluta tem-se acerca dos miseráveis: são aqueles na faixa dos que
"sobrevivem" com U$30,00/mês, ou nem isto!
Embora se considere
que - cristã e ecumenicamente - miseráveis sejam aqueles que são incapazes
da partilha, salários/rendas acima dos U$100.000,00/mês deveriam pagar impostos
adequados às misérias que produzem. Mas, atente-se, no Brasil e em maior
parte do globo, ricos não são pessoas tributáveis, mas benemerentes e filantropos,
que beiram à santidade e merecem a isenção de seus pecados.
Neste
sentido, como para toda ação há uma
reação de igual força e direção contrária: há, no momento muitos, muitos, e
cada vez mais e mais pobres famintos e desesperados que, abandonados ao léu de
sua própria ignorância, criarão seus próprios negócios de alta rentabilidade:
tráfico de drogas; assaltos a bancos e comércios; sequestros, entre outros. Mas
não se comparam ao uso indiscriminado da religião ou da
"pilantropia", realidade reinante, para o fim de desvio de verbas e
lavagem de dinheiro.
As loterias
populares, por exemplo, tomadas por bingos cujo valor é
"capitalizado" em prol de instituições filantrópicas, são mui bem
administradas pelos cartéis do jogo do bicho: pobre das crianças e idosos que
de tais recursos dependem! Há casos em que nem as Instituições supostamente
beneficiárias existem, e, na maioria dos casos, quando existem, nem sabem que
estão arroladas no rol de beneficiária dos lucros aferidos com a suposta
capitalização.
As
Organizações da Sociedade Civil - OSC, nova e econômica sigla que reúne ONG's e
OCIPS's, que administram hospitais pelo Brasil a fora, por exemplo, fazem tudo,
menos administrar hospitais em prol da excelência no atendimento à comunidade.
As
instituições asilares e de abrigamento tornaram-se, em sua maioria, verdadeiras
pocilgas pré-tumulares. A realidade destas instituições Brasil a fora é
desesperadora. Crê-se que 85% destas Instituições sobrevivem ás custas da
comunidade de entorno e abnegação pessoal do titular e seus colaboradores.
A sonegação
fiscal de micro, pequenas e médias empresas é uma outra fonte de renda muito
apropriada para os setores reguladores e fiscalizadores, bancos principalmente,
porém, nada se iguala ao coluio de tantas súcias quando comparados aos não
pagamentos de impostos de pessoa de alta estirpe ou grandes empresas, sem falar
nas absurdas renúncias fiscais e desonerações que deveriam resultar ou em
diminuição de preços ou empregabilidade, o que raramente ocorre. Nessas horas,
a CPMF, a 0,01% resolveria de bom grado a maioria das distorções e apontaria
quem é quem no mundo do caixa dois. Quiçá vejamos o quão gentil é o povo
brasileiro enquanto escravo pecuniário das instituições financeiras e do
fisco...
Entende-se,
por exemplo, que a tributação brasileira é injusta. É como ter um sócio que não
faz absolutamente nada, pois esta é sensação de abandono do povo brasileiro, e
que consome diáriamente 60% dos ganhos do trabalhador entre impostos, tarifas e
taxas. Quem paga imposto no Brasil é pobre! O resto sonega!!! Como a corrupção,
mais do que um desvio do caráter, sonegar impostos é uma cultura nacional.
Logo, se o
problema fosse apenas a sonegação, bastariam ajustes sistêmicos e estrururais
simplificadores e extensores da tributação, que supostamente as questões de
distribuição das riquezas nacionais estariam equalizadas. Mas não! Nascemos, (sobre)vivemos e morremos sob a tutela e
salvaguarda da corrupção pandêmica.
O Brasil quer
ter um desenvolvimento de primeiro mundo, uma vida repleta de justiça,
liberdade e bem estar. Ao menos é o que fica explícito ao ler-se a Constituição
Nacional de 1988. Mas pagar o preço deste desenvolvimento? Ah! Isso é outra
história!
O que mais
assombra é ter a mais clara certeza de que é possível ter esse país. Basta
querer verdadeiramente assumir sua independência e refutar a subserviência aos
Estados-nações que sugam as nossas vidas. Observe-se que faremos, em 2022, 200
anos de independência, porém nunca estivemos tão dependentes de nossos históricos
exploradores. São estes senhores imperiais da modernidade que fomentam a
corrupção entre seus lacaios e pelegos.
Quando fala-se
de corrupção pouco se explica sobre as suas consequências. A primeira delas é a
produção e reprodução da miséria, que é refletida na péssima qualidade da
educação e da saúde da população. A segunda, a proliferação do subemprego e de
relações trabalhistas que beiram a escravocratocracia, quando, simplesmente,
não a reafirma através da degradação humana. A terceira, o crescimento e a
explosão da violência intrassocial, muito mais decorrente da necessidade de
desestabilização de processos organizados de reação ao staus quo e sua cadeia de crimes contra o erário público e a economia
popular, sonegação e impunidade, do que ato legítimo de barbárie ou mera
desinteligência: onde a violência impera, não há negligência do Estado, mas sua
conivência. São os agentes do Estado e seus entes políticos e econômicos quem
lucram com o canibalismo intrassocial.

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