terça-feira, 21 de março de 2017

De te amar

 (Dulcinéia Candanga)


Jodhi Segall

Nada de suaves e amenas ternuras.
Não fomos afeitos a volteios 
que não sejam bailados de quadris 
e pernas sobre as nuvens da imaginação.

O papo é reto e seguro: nossa nudez 
transcende o olhar 
e o desejo, 
está muito além de qualquer beijo,
e não carecemos de explicações 
ou culpas!

Nesta sofreguidão de liberdade e êxtase, 
onde a paisagem sempre surpreende o desafio, 
o gozo não solicita permissões.

Nada de educações: não, nada de docilidades 
acerca da fome que assola o paraíso. 
Nada de timidez 
quanto à percorrer vales e colinas 
nunca dantes desbravados: 
cada momento é único!

E assim, exauridos na paixão ensandecida,
sob uma luz avassaladora,
sem dor alguma, e um sorriso safado,
partimos.

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