Jodhi Segall
Rouba-me o ar e a candura
Cala-me a angústia de tanto desejo
Desnuda, descarna e come.
Ardente este sôfrego solfejo de almas perdidas
Sem porto ou norte
Desnorte de braços envolvidos nas recusas
O bailar entre o tango argentino e o xote
nordestino
Recriar o flamenco em nossos corpos
No cálice de fogo rubro
Estar tão dentro de si quanto mais profundo
O som
Despertar na ausência de
todas as eras
E ser todas as vidas já
vividas sem esperas
Teu corpo nu dentro de mim
E nada mais de estradas ou distâncias
Um
calar profano sem medo-engano ou amor sublime
Um gozo inteiro em tua boca jorra
E minhas coxas a ruírem pelas estrelas
Dá-me tua boca, amor, a
calar minha boca
Um beijo sem quimeras
Apenas um beijo em enfim
sem
Desesperas

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